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  • Foto do escritorRoberta Pimenta

#RespeitaMeuCapelo: chapéu de formatura é recriado para atender cabelos de pessoas negras

A formatura é um momento único, com símbolos marcantes, como o uso da beca e do capelo. Mas, para pessoas negras, o tradicional uso do chapéu pode não ser tão simples assim. Apesar do aumento de estudantes negros em universidades, 400% a mais nos últimos 17 anos, segundo o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB), o capelo ainda não atende à diversidade de cabelos da população brasileira, gerando desconforto e ações nada inclusivas, como alisamento não voluntário dos cabelos, prender o chapéu com tiaras, colar o acessório na cabeça ou até mesmo desistir de usar o item. 

Se temos brasileiras de cabelos lisos, ondulados, crespos e cacheados, por que apenas um modelo de chapéu de formatura? Pensando nisso, a Vult, marca de beleza do Grupo Boticário, fomenta o movimento #RespeitaMeuCapelo que propõe o redesenho do acessório, com versões para atender e ressaltar a diversidade e beleza brasileira dos vários estilos, curvaturas e tipos de cabelo, gerando uma experiência mais inclusiva durante a formatura.

 

Em parceria com a Dendezeiro, composta por Hisan Silva e Pedro Batalha, CEOs e diretores criativos da marca baiana agênero e especialista na pluralidade dos corpos, foram produzidas quatro versões de capelos. O primeiro é para cabelos com dreads ou trançados, tem estrutura rígida frontal e maleável através de um lenço para amarração; o segundo é para usar com longos coques, turbantes ou penteados altos, e tem uma abertura circular no topo; o terceiro atende a cabelos volumosos, crespos ou cacheados, e contém pentes para fixar; e o quarto encaixa em qualquer cabelo ou penteado, com uma estrutura passadeira na abertura para fixação. 

“A Vult é uma marca feita para brasileiras e que ressalta o orgulho, a ascensão e o empoderamento das mulheres. Além disso, a empresa possui a diversidade em seu DNA e é referência quando o assunto é democratizar o acesso às tendências no mercado de beleza. Essa proximidade com as consumidoras reais nos permite construir um projeto como esse, que contribui na reparação de uma dívida histórica, ressignifica um momento icônico nesse movimento e gera reflexão e legado para a sociedade”, afirma Marcela De Masi, diretora executiva de branding e comunicação do Grupo Boticário.

 

A ação está integrada à estratégia de Diversidade do Grupo Boticário, que tem iniciativas voltadas para o desenvolvimento de produtos cada vez mais inclusivos. “Acreditamos que a inclusão acontece de fato quando há co-desenvolvimento com nossas consumidoras. Essa é a chave para que os nossos produtos e ações de diversidade atendam às diferentes necessidades das pessoas diversas e promovam uma experiência de beleza mais inclusiva e com mais empoderamento”, destaca Rony Santos, gerente sr. de diversidade e inclusão do Grupo Boticário. 

Reflexão, legado e novidades

 

A estratégia desenvolvida pela GUT para Vult estreia na terça-feira (9). A iniciativa tem um mini-documentário, com a participação da Professora Dra. Joana Angélica, primeira reitora negra de uma universidade no Brasil, e com ex-universitárias recriando suas fotos de formatura como deveriam ter acontecido - com capelos que atendem a diversidade dos cabelos das brasileiras.

 

Uma delas é a Jacqueline Siqueira de Souza, de 36 anos, natural da periferia de São Paulo e formada em 2010. Na primeira colação de grau ela usou gel para prender o cabelo e na segunda fez uma trança enraizada, mas não gosta das fotos da época, pois não pôde valorizar suas raízes negras como gostaria.

 

Ana Caroline dos Santos, de 30 anos, é filha de mãe solo diarista e tem três irmãs. Formada em Biomedicina em 2015, foi a primeira da família a concluir o Ensino Superior e hoje é embriologista responsável por um laboratório de reprodução humana.

 

Também como primeira graduada da família, Letícia Veríssimo de Freitas, de 26 anos, formada em Design de Moda, trabalha como produtora, vê sua conquista como uma grande vitória e acredita que muitas pessoas vivem os mesmos sonhos ligados à graduação.

 

Já Gabriela Abade de Melo Santos, de 17 anos, moradora de Vargem Grande Paulista (SP), fala quatro idiomas e faz da educação sua grande força para realizar sonhos. Prestes a se formar como Técnica em Administração, ela diz não saber como “o capelo vai caber em sua coroa”, e percebe no movimento uma possibilidade que ela gostaria de observar em todas as formaturas.



 "Como pessoas negras, passamos por essa falta de inclusão também no momento das nossas formaturas", comentam Gabi Barreira e Igor Hermes, criativos da GUT São Paulo responsáveis pela ação. "Partimos de uma ideia simples e poderosa para trazer essa reflexão junto à Vult, uma marca que reconhece a importância de garantir que todas as mulheres possam celebrar suas conquistas sem abdicar da sua identidade", finalizam.

 

Para apoiar ainda mais a diversidade e pluralidade de cabelos de brasileiras, a Vult vai lançar em breve uma nova linha de produtos, com mais de 50 itens que abrangem todos os tipos de cabelo. A novidade está alinhada com o DNA da Vult, seu compromisso com o empoderamento da mulher brasileira e seu objetivo de fazer com que elas se orgulhem de si mesmas.

 

Além disso, a marca continua sua missão de promover a inclusão e a equidade de brasileiras por meio do programa "220 Vults", oferecendo capacitação para profissionais de beleza em comunidades vulneráveis socialmente, inspirando, fortalecendo e evidenciando suas carreiras em todo o Brasil.

 

A amplitude da campanha #RespeitaMeuCapelo chama atenção também para a falta de inclusão cultural na sociedade, até mesmo no âmbito educacional, ambiente este que deveria liderar a agenda de reflexão e mudanças para um país mais consciente e preparado para a sua diversidade.

 

A parceria de Vult e Dendezeiro estima produzir 1000 unidades para as formaturas previstas no segundo semestre das instituições Zumbi dos Palmares e Universidade Federal do Sul da Bahia. Como parte desse legado, também os designs dos novos capelos serão disponibilizados para todas as universidades que quiserem reproduzir os modelos por meio da landing page do projeto (Link).

 

“A Dendezeiro desenvolveu os capelos pensando em acompanhar a atual realidade das universidades brasileiras, cada vez mais diversas, do tom de pele até as texturas capilares. Entendemos que falar sobre a vitória de não apenas entrar, mas também de concluir um curso superior, precisa ter um diálogo múltiplo. Por isso, escolhemos modelos de capelos que permitissem diversas possibilidades de uso, para assim incluir cada vez mais pessoas", comentam Hisan Silva e Pedro Batalha, CEOs e diretores criativos da Dendezeiro. 

O movimento traz ainda uma ativação digital que permite aos estudantes compartilharem a hashtag (#) da ação marcando os perfis das universidades nas quais estudam.

 

Para Milena Cruz, Account Supervisor à frente do projeto pela GUT São Paulo, "essa é uma mudança importante, necessária e poderosa em um dos momentos mais importantes de nossas vidas. É um orgulho estar próxima de um movimento como esse, que permite celebrar as nossas conquistas, sem abdicar da nossa identidade".



 

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