Com o objetivo de reformar casas e organizações da sociedade civil em situações de vulnerabilidade social, a Ong ReforAMAR restaura, desde 2018, não somente lares insalubres ou em iminente risco de desabamento, mas também transforma vidas. Vidas como a de Dona Carlinda, 79 anos, selecionada para ser a próxima contemplada pela ação social.
Moradora do bairro de Felipe Camarão, localizado em Natal/RN, Carlinda Leocádio da Silva, com exceção do cuidado que dispensa aos seus dez gatos e das escassas idas à igreja, pouco tempo tem para fazer algo que lhe traga contentamento. E isso se dá porque passa a maior parte do seu dia carregando baldes de água para suprir as suas necessidades básicas, como cozinhar, lavar roupas, louça e tomar banho, já que a única fonte de água a qual tem acesso vem de uma única torneira localizada fora da casa. Onde mora, Dona Carlinda também enfrenta dificuldades de acesso a pontos de energia, além de precisar conviver com goteiras, chão e paredes barrosas, que lhe oferecem pouca ou nenhuma segurança.
A casa conta com três cômodos, e somente é possível distingui-los porque na cozinha há um fogão, no quarto, uma cama e na sala, uma televisão. O banheiro está localizado no quintal. Ainda assim, Dona Carlinda não gostaria de sair da sua residência. Em parte, por não haver outro local onde possa morar, mas, sobretudo, porque foi nesta casa onde criou os seus dois filhos e aproveitou os últimos momentos de convívio com os seus pais: “Comprei esse terreno quarenta e três anos atrás, com o salário de costureira que eu recebia na época. Foi o meu cunhado quem me ajudou a construir a casa. De vez em quando eu dou umas ‘topadas’ no chão, e a coluna dói muito por causa dos baldes de água que carrego, mas é aqui que eu gostaria de ficar”.
Com previsão para o início das obras no próximo dia 11 de março, a Ong ReforAMAR atualmente está angariando doações e recrutando voluntários para que a reforma na casa de Dona Carlinda comece na data prevista. De acordo com a idealizadora e presidente da organização não governamental, Fernanda Silmara, a reconstrução desta casa será desafiadora: “A reforma será total. Já contamos com a ajuda de arquitetos, eletricistas, voluntários de várias profissões e temos o apoio de algumas empresas do ramo da construção civil, mas ainda precisamos arrecadar fundos para pagar as diárias de pedreiros e parte do material que será utilizado na obra”.
