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Bordados e rendas, a síntese da criação da nossa gente

Foto do escritor: Roberta PimentaRoberta Pimenta

“Criar, unir, multiplicar, repor, buscar, rebuscar, burilar, esculpir. Mãos para socorrer, mãos para conduzir afeto, mãos plantando e colhendo, mãos para fazer do barro, do couro ou do algodão a síntese criacional da nossa gente” – Poema do livreto “Caicó em boas mãos”.



No Estado do Rio Grande do Norte, na região do Seridó, o bordado está entre as sete atividades mais importantes para a economia local. Sua arte, é uma herança cultural que mescla influências portuguesas e holandesas no Estado. A referência vem dos bordados tradicionais produzidos na Ilha da Madeira em Portugal, com padrões que remetem a flores, folhas, pistilos e arabescos desenhados sobre tecidos de algodão e linho.


O setor têxtil destaca-se como uma das grandes alternativas de crescimento socioeconômico que o RN vem desenvolvendo desde a década 70 e representa, atualmente uma das mais importantes alternativas de investimento.


Com certeza, os bordados e rendas do RN passam por dois marcos após sua chegada ao Estado através dos portugueses e holandeses: Dona Maria do Vale e a Escola Profissional de Artes de Caicó.


A história de Dona Maria do Vale começa em meados de 1900 quando ao ficar viúva aos 25 anos e com duas filhas para sustentar, ela decidiu montar o ateliê Dona Maria do Vale, sem finalidade lucrativa, um trabalho de coragem. Com muita dignidade, ela selecionou um grupo de moças da sociedade que não queriam ficar ociosas e decidiram aprender um oficio para repassar conhecimentos em costura, corte, risco, bordado, tecidos, harmonia de cores e moda. Elas criavam enxovais e vestidos de noivas, como também roupas de festas e peças finas. Toda uma geração que veio a seguir aprendeu com essas mulheres, tendo à frente Antônia Deodato, fiel escudeira de Maria do Vale e cujo trabalho refletia sua influência.


Em 2020, o Bordado de Caicó conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esse selo refere-se ao bordado produzido nos 12 municípios do Seridó, indica a procedência do bordado e o “nome geográfico”. É um reconhecimento à tradição, ao valor e à origem do Bordado de Caicó.


Uniformes do Brasil para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris foram bordados no RN



A delegação organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) estará bem trajada nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A Riachuelo, patrocinadora do Comitê Olímpico do Brasil e marca de moda oficial do time Brasil, reforça sua trajetória de incentivo ao esporte ao produzir os uniformes de viagem e da cerimônia de abertura que serão utilizados por todos os atletas brasileiros classificados para os Jogos Olímpicos de Paris.


As jaquetas jeans, foram bordadas manualmente pelas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, cidade situada no semiárido do Rio Grande do Norte, que recebe o apoio do Instituto Riachuelo para fortalecer a economia local e a força feminina da região. O Bordado do Seridó, com sua delicadeza e riqueza de detalhes, tem tudo para ser o grande destaque do desfile sobre o Rio Sena, mostrando ao mundo a habilidade e a criatividade das artesãs brasileiras.


Além disso, a escolha de tecidos reciclados e desfibrados na confecção dos uniformes é um exemplo claro do compromisso da Riachuelo com a sustentabilidade, introduzindo ao mundo a moda circular brasileira. Assim, para além de suas práticas sustentáveis, os uniformes carregam consigo a mensagem de valorização das riquezas naturais do Brasil e da conscientização sobre os ciclos da indústria da moda.


Desde o processo criativo, conceitual, até a execução, em cada momento e em cada profissional envolvido, enxergamos a emoção, a paixão e a excelência que movem o Time Brasil. O resultado de cada peça, de cada modelo é espetacular, e tenho certeza que estamos oferecendo para os atletas um embarque em busca dos seus sonhos, e um motivo de alegria para todo o movimento olímpico, quando chegar a hora de mostrar para o mundo o orgulho que temos de ser brasileiros”, declarou Gustavo Herbetta, diretor de Marketing do Comitê Olímpico do Brasil.


O bordado, feito inteiramente à mão, reflete a habilidade e qualidade artesanal do país, diferenciando as peças de forma que nenhuma se iguala a qualquer outra. Todas são exclusivas e únicas em suas linhas e técnicas.


Feitos por e para brasileiros, os uniformes exploram a fauna e a flora do país, e ilustram a força da biodiversidade brasileira. A cartela de cores das camisetas faz alusão a bandeira do Brasil, com as tonalidades de verde, azul e amarelo presentes em grande parte das peças. A modelagem foi pensada especialmente para proporcionar elegância, apostando em cortes finos e, ao mesmo tempo, modernos, que valorizam os traços dos atletas.


O retorno financeiro para as mulheres é expressivo. Algumas chegaram a fazer, em média R$ 6 mil em um único mês, segundo Salmira Clemente. A sensação de ver o trabalho sob os holofotes durante o principal evento esportivo do mundo, no entanto, não tem preço. “É como se todas tivessem recebido uma bênção divina – de serem alcançadas pela graça do reconhecimento pelo próprio trabalho. Essas mulheres saíram da invisibilidade e, hoje, quem veste uma peça da delegação sabe exatamente a origem do produto”, conta Salmira Clemente, sócia-fundadora da Comart.


Os Jogos Olímpicos de Paris de 2024 têm abertura marcada para 26 de julho. As competições ocorrem desde o dia 24, com competidores dos cinco continentes que disputam as tão cobiçadas medalhas. Já os Jogos Paraolímpicos serão realizados de 28 de agosto a 8 de setembro.



 

 
 
 

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