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Alta-costura se reconecta à natureza com estética regenerativa

  • Foto do escritor: Roberta Pimenta
    Roberta Pimenta
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Enquanto a Semana de Alta-Costura exibe o que há de mais sofisticado no mundo da moda, uma nova linguagem começa a ganhar força nas passarelas: formas fúngicas, tecidos vivos, técnicas artesanais e uma estética que remete à regeneração da natureza. O que antes era considerado apenas tendência sustentável, agora se impõe como discurso central — estético e estratégico — para as principais casas de moda do mundo. 


Quem ajuda a decodificar esse movimento é a arquiteta e bacharela em moda Paula Giacomoni Bragagnolo, fundadora e diretora criativa da PGB Inteligência e uma das vozes mais relevantes da nova geração criativa brasileira. Com base em pesquisas de comportamento de consumo e curadoria estética, ela aponta: “A regeneração está moldando o futuro do design, da moda à arquitetura. Não é mais sobre adaptar o que existe, mas redesenhar com propósito desde o início”. 



Moda regenerativa entre a ciência, luxo e mutação 

Na alta-costura, o artesanal voltou a ser símbolo de avanço — mas agora com uma leitura de futuro. “A alta-costura é marcada pela qualidade extrema: materiais nobres, acabamentos impecáveis e produção artesanal. Mas agora vemos esse universo olhando também para a estética regenerativa”, afirma Paula. 


Entre os desfiles que mais chamaram atenção nesta temporada está o de Iris van Herpen, que apresentou um vestido bioluminescente feito com milhões de algas vivas. “Ela mais uma vez brinca com a ideia de uma natureza profunda. As formas lembram grandes cogumelos, revelando uma beleza quase mitológica”, analisa Paula. 


Já a Maison Margiela, sob comando de Glenn Martens, apostou em reaproveitamento criativo. “Martens trouxe uma coleção com muito patchwork, o que é, na prática, refúgio de tecidos. Além disso, aplicou plastificações sobre florais, criando um contraste entre artificialidade e organicidade”, explica a especialista. 


Fungos, escamas e o luxo como memória do mundo natural 

A casa Schiaparelli, conhecida pelo uso do ouro e do surrealismo, também incorporou texturas inspiradas na natureza viva. “A padronagem dos bordados evoca fungos, escamas, elementos que ressoam no inconsciente coletivo como algo raro, precioso e ancestral”, diz Paula. 


A ideia de regeneração vai além do discurso ambiental: ela se manifesta como uma estética marcada por mutações, memórias e novas formas de entender a beleza. “Estamos vendo a sustentabilidade deixar de ser uma paleta de verdes e beges. A nova estética regenerativa é mais ousada: texturas orgânicas, composições vivas. Isso muda tudo no design”, pontua. 

Um novo mercado que ultrapassa o discurso ético 


Mais do que tendência, a regeneração já se apresenta como um mercado em expansão. É o que pretende destacar o evento Cenários da Regeneração, promovido pela PGB Inteligência, que acontece no dia 16 de agosto, em Porto Alegre. A iniciativa reunirá especialistas das áreas criativas para discutir o tema com foco em inovação, impacto positivo e oportunidades econômicas reais. 


“O design regenerativo não é só um apelo ético ou visual, ele já movimenta negócios e propõe soluções em múltiplos setores”, afirma Paula, que assina a curadoria do evento. Para ela, a regeneração será uma das principais lentes pelas quais os produtos e marcas serão avaliados nos próximos anos. 


Criada na Serra Gaúcha, a PGB Inteligência atua na interseção entre moda, arquitetura, marketing e pesquisa de comportamento. Com uma abordagem multidisciplinar e tecnológica, a empresa é hoje uma das principais referências nacionais em inteligência criativa aplicada. 


Serviço:

Evento: Cenários da Regeneração | PGB Inteligência

Local: Fábrica do Futuro – Rua Câncio Gomes, 609 – Porto Alegre (RS)

Data: 16 de agosto (sábado)Ingressos: R$ 260, com meia-entrada e certificado

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