Abrafas impulsiona agenda sustentável para fibras artificiais e sintéticas no Brasil
- Roberta Pimenta
- há 3 horas
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A realização da COP30 , em Belém (PA), em novembro deste ano, é uma ocasião para a Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas) reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade .
No Brasil, apenas no segmento têxtil, as fibras de origem fóssil (petróleo) respondem por cerca de 55% das aplicações . Por outro lado, a partir de investimentos intensivos em pesquisas e processos produtivos, as fibras sintéticas hoje passam por transformações que se tornam cada vez mais alinhadas aos princípios da economia circular.
Neste sentido, a Associação e seus membros estão comprometidos em atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir da Agenda 2030 da ONU.
Inovação e responsabilidade ambiental caminham juntas
Segundo o presidente da Abrafas , Paulo De Biagi (foto abaixo), o setor tem investido milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de soluções que minimizem os impactos ambientais.
"Nosso compromisso é garantir que a fibra sintética evolua não apenas em desempenho, como também no campo da preservação ambiental. Isso já ocorre e vai se acelerar nos próximos anos", afirma. O executivo destaca que algumas empresas já apresentam produtos com componentes orgânicos que se decompõem naturalmente entre dois e cinco anos após seu descarte em aterro ou ambiente marinho.

A indústria de fibras químicas tem avançado no uso de produtos biodegradáveis e na adoção do tingimento em massa ( dope dyeing ) , tecnologia que reduz significativamente o uso de água e produtos químicos no processo produtivo, além de diminuir a geração de efluentes que são de tratamento. Tais inovações refletem o compromisso do setor com a sustentabilidade ao encontro da preservação do ambiente marinho.
Certificação e qualidade: os diferenciais do mercado regulado
De Biagi alerta que, na comercialização – seja física ou por meio de plataformas – é preciso diferenciar os produtos que são certificados daqueles que muitas vezes têm origem duvidosa ou desconhecida. "A sustentabilidade não pode ser apenas um discurso. É preciso responsabilidade e rastreabilidade . Empresas associadas à Abrafas seguem rigorosas normas de controle, lógicas internacionalmente", argumenta. Estas certificações garantem que uma cadeia produtiva esteja comprometida com processos limpos e eficientes .
A COP30 como estratégia de mudanças globais
A Abrafas vê a COP30 oportunidade estratégica para dialogar sobre o papel das fibras artificiais e sintéticas na agenda ambiental.
A entidade defende a transição para modelos produtivos mais limpos, com incentivo a alternativas circulares, à utilização de componentes orgânicos, à redução do consumo de água e à utilização de energia proveniente de fontes renováveis.
O setor em números
O cenário nacional mostra uma indústria em transformação. Em 2024, o Brasil produziu mais de 207 mil toneladas de fibras sintéticas , com destaque para poliamida, poliéster e elastano . A capacidade instalada ultrapassa 332 mil toneladas e a produção abastece majoritariamente o mercado interno. Já no âmbito das fibras artificiais , foram produzidas cerca de 15 mil toneladas de acetato de celulose , das quais mais de 60% foram destinadas ao consumo interno.
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