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Foto do escritorRoberta Pimenta

469 anos de SP: confira uma curadoria de peças inspiradas na capital paulista

Falta a expressão adequada para definir São Paulo em um único adjetivo. Caótica, plural, imensa e acelerada, muitas vezes, observar atentamente a capital paulista, que completa 469 anos nesta quarta-feira (25), torna-se um exercício complexo em meio a rotina agitada que esta cidade nos impõe.


Por outro lado, ninguém está imune à energia pulsante desta megalópole brasileira, aflorando os mais variados sentimentos e sensações em quem a frequenta. Os contrastes, imperfeições, a riqueza cultural, as obras de arte e as criações arquitetônicas espalhadas por todo o território fazem de São Paulo uma legítima mostra viva e a céu aberto - capaz de chocar, apaixonar ou até mesmo confundir aqueles com os olhares mais dispostos.


Ao longo dos séculos e até os dias de hoje, todos estes impulsos alimentaram a inspiração de milhares de artistas, que buscaram interpretar, imaginar ou simplesmente homenagear a cidade mais diversa do Brasil. Pensando nisso, selecionamos algumas obras criadas por influência da terra da garoa. Confira:

Da esquerda para a direita: obras ARQUITETURA DE UMA CIDADE 06, SÃO PAULO; COPAN II, ARQUITETURA DE UMA CIDADE e COPAN 059, SÃO PAULO, do artista Flavio Veloso


Nascido e criado no Rio de Janeiro, aos 29 anos, o artista Flávio Veloso passou por uma mudança que transformou sua vida como fotógrafo. O desafio ocorreu a apenas 400km da capital fluminense, na terra da garoa. “Olhando para trás, tive a principal virada na carreira quando fui morar em São Paulo. Minha zona de conforto artística eram as paisagens do Rio de Janeiro, numa cidade que me entregava cenas naturais sensacionais. Eu cheguei em São Paulo, a maior cidade do país, e não tinha isso. E aí, tive que me reinventar. Tudo com muita técnica, com muita luz, que eu acredito ser a base do meu trabalho, em um local que me desafia o tempo inteiro. Hoje, acredito que se eu escolhesse as 10 melhores fotos que fiz, sem dúvida, 5 ou 6 seriam da temporada que passei em São Paulo.”, relata o artista da Urban Arts.



Tapetes Minhocão, Nova Paulista e Marginal, da Coleção Urbano,

assinada por Ricardo Abreu, para a by Kamy (@bykamy)



Desenvolvidos pela by Kamy Verde com fragmentos têxteis, as três peças da coleção Urbano, assinadas pelo arquiteto Ricardo Abreu, tiveram como fonte de inspiração a caótica e diversa paisagem urbana paulistana, mesclando diferentes cores, materiais, texturas e relevos. As peças reinterpretam três aparelhos públicos da urbe paulistana de uma maneira elementar e colorida, enxergando ali detalhes e tons que poderiam devolver o brilho a estes espaços.



Com traços lineares e dinâmicos, a linha Copan Mix Color AC (28x28cm) é inspirada no traçado do icônico edifício paulistano. Da Decortiles (@decortiles). Foto SLA Photostudio. Produção Deborah Apsan.


A linha Copan, da Decortiles, foi inspirada no traçado do icônico edifício paulistano projetado pelo conceituado arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Símbolo da cidade e da arquitetura moderna brasileira até os dias atuais, o prédio inaugurado em 1966 empresta traços lineares e dinâmicos ao revestimento. Disponível em duas versões, Mix Color e Mix Off White, a linha Copan tem uma proposta democrática que combina com ambientes mais neutros e monocromáticos, ou espaços mais coloridos e divertidos. Medindo 28x28cm, ganha aplicações especiais na superfície acetinada.


Escrivaninha Marajoara, do Atelier BAM (@atelierbam_design)

Foto: Divulgação/Atelier BAM Design


Inspirada no design modernista brasileiro dos anos 50, marcado por artistas como Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas, Oscar Niemeyer, entre tantos outros, a escrivaninha Marajoara, do Atelier BAM Design, é resultado da união entre trabalho manual e história. A peça é produzida em madeira e aço e pode ser adaptada para diferentes tipos de ambientes, exercendo a função de penteadeira, mesa de trabalho ou, até mesmo, aparador.


Mesa C41, assinada por Marcus Ferreira, da Carbono Design (@carbono._design)


As megalópoles apresentam uma combinação misteriosa de constância e agitação. Com a mesma premissa, o desenho da mesa C41, da Carbono, surgiu a partir da leitura do livro - Arquitetura da felicidade, do filósofo contemporâneo Alain de Botton, inspirada na ideia da organização estética do caos. Mesmo com diversas hastes de metal soldadas em diferentes direções, fica visível uma linha imaginária do contorno total da mesa. Outro objetivo da peça é possibilitar a personalização, permitindo sobrepor livros e bandejas de apoio sobre o móvel, armazenar internamente objetos ou incluir vasos com flores e plantas passando pelos vãos, criando assim uma escultura única em cada casa.

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